quinta-feira, 6 de novembro de 2014

10 de Discos - Riqueza

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Quando olhamos para a vida percebemos que cada pessoa possui o seu próprio padrão de riqueza. Diversas são as riquezas humanas, pois é daqui que se parte na direção de outras ainda maiores. Temos, portanto, a necessidade de estabelecer em nossas vidas o que consideramos como riqueza. Por outro lado, existe todo um mundo que nos apresenta constantemente diversas outras que muitas vezes se conflitua com aquilo que desejamos.

É esta busca constante que move a humanidade e que ao mesmo tempo impede a muitos de seguirem adiante. A riqueza é apenas uma das dificuldades que impedem o ser humano de ser realmente aquilo que ele é e, com toda a certeza, é a primeira barreira que precisamos ultrapassar.

Aqui temos uma real questão: qual é realmente a verdadeira riqueza da existência humana?

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

6 de Paus - Vitória

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Existe realmente alguma Vitória quando estamos apenas na metade do caminho? São muitos aqueles que, na impressão de que algo foi atingido se iludem, pelo Ego, com a esta tola sensação. Mas aqui temos dois caminhos distintos: um que desce às profundezas da Terra e outro que se eleva na direção das Trevas. O primeiro busca sempre alimentar com a realeza o Ego que nos diz constantemente que somos mais especiais que outros. O segundo, nos leva a sermos aquele rei que não mais busca governar, apesar de poder fazê-lo.

Toda Vitória é uma complicada ilusão de que atingimos ou que somos algo. Pois a luz do sol diante nossos olhos nos cega e não nos faz perceber da distância que nos separa do verdadeiro domínio. Portanto, cuidado! Não acredite ainda nos seus cinco sentidos, pois eles ainda precisam passar por um profundo aprendizado, que ainda seque começou. Tu não és ainda senhor(a) de nada e aquilo que parece reluzir diante de ti não te faz um Adeptus.

Dois são os teus caminhos e duas podem ser tuas experiências, pois dois são os Adeptus e isto dependerá de tua natureza. Assim, cuidado com que tu acreditas que seja o sol, pois apenas o falcão há de olhar diretamente em seu centro e ver aquilo que se encontra mais distante. Muitos foram e ainda serão aqueles que na ilusão de um excesso de luz que não viram a sua própria sombra. E eles fracassaram e outros se curvaram diante Dele gritando: “Estou salvo, Deus me salvou!” Leiam o livro do Apocalipse e meditem, pois nem tudo aquilo que sentimos é verdadeiro.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A história de um Louco

por Sérgio Bronze

0 – 1

E aquele homem que caminhava erraticamente pela terra, seguindo seus instintos de sobrevivência como qualquer outro animal na natureza, sem maiores preocupações além da de satisfazer suas necessidades básicas de cada dia, apoiado ou cativando a natureza, pode ele mesmo atingir os mais altos pináculos do universo. Primeiro, ele começou manipulando pequenos objetos que ele dispunha diante de si e com o auxílio de alguma inteligência ele percebeu que poderia criar coisas novas e úteis, e ele se regozijou em si mesmo.

2 – 3

Aquele homem reconheceu a inteligência nele e aos poucos vou desenvolvendo diversas culturas. Desenvolveu a escrita, a ciência e a tecnologia, mesmo que todas elas estivessem subordinadas a alguma religião. Ainda assim, ele continuava sem saber direito o que fazer com tudo isto que ele ia aos poucos descobrindo. Assim, depois de muito tempo ele percebeu que poderia utilizar destas quatro coisas como instrumento de poder e todo incentivo para estas artes era no intuito de obter poder sobre outros.

4 – 5

Quanto mais poder e força a sua inteligência adquiria, mais ele se perdia na direção de seus reais objetivos. Sua violência ocasionada pela tentativa de manter o poder adquirido o fazia regredir de sua condição humana. Toda violência gera uma reação contrária e este homem percebeu, pelo refinamento de sua inteligência, que poderia haver outra maneira de obter o poder e o amor dos homens. Ele então descobriu a mística da manipulação da mente e das paixões humanas, e, agora, com a suavidade das palavras certas ele obtinha o poder sobre todos sem a necessidade de uma violência aparente.

6 – 7

Desse refinamento do pensar e no agir, pode aquele homem descobrir os mais sublimes sentimentos humanos. Ele desenvolveu novos conceitos e pensamentos, mas até mesmo perante tais sentimentos, ele se percebia dividido; ele se percebia insatisfeito e incompleto, por mais que estes sentimentos fossem completos em si. Então ele buscou aquele algo maior e quando o atingiu ele percebeu qual era a verdadeira realeza humana oculta em cada um e ele tentou ensinar sobre ela. Todos os seus esforços eram na direção da verdade, mas a humanidade ainda estava lá atrás e para ela a verdade era violência e guerra: e desta maneira a verdade foi ensinada. Ainda houve muitos que, ainda mergulhados nas ideias místicas, acreditaram que se falava de algo acima dos homens.

8 – 9

Por causa deste desequilíbrio é que foi necessário desenvolver leis que regulassem aquilo que estava abaixo e que buscava imitar aquilo que estava acima. Este homem acabou por descobrir que havia uma lei ainda maior que o obrigava a viver em harmonia consigo e com toda a criação. Acabou por descobrir que ele não era o centro do universo, assim como as estrelas não giram ao redor da terra, mas que esta move em harmonia por uma lei maior e precisa. Desta solidão nasceu a consciência divina nele e isto era algo grande demais para ser mantida em silêncio, e em mais uma tentativa de auxiliar a todos ele se expos e esperou que a sua experiência servisse de exemplo e de estímulo para os demais. Mesmo assim, muitos acharam que ele estava ainda mais louco.

10 – 11

Assim, a humanidade na busca de riquezas iniciou uma espiral de torturas, na busca de uma felicidade material que a faz caminhar em um mundo de inconstâncias. Ela sonha com uma felicidade que se esconde dela e passou acreditar que a velocidade e estabilidade são os caminhos mais perfeitos. Por conta disto, ela começou a ver demônios em toda parte e em um ato de total insanidade, provocada pelo sofrimento, também passou a acreditar em demônios regendo as suas existências. Mas aquela consciência superior que aquele louco falara, tenta a cada dia apaziguar os instintos bestiais humanos. Ela tenta mostrar o caminho perfeito em direção ao futuro, mostrando onde se encontra a verdadeira felicidade. Onde a eternidade encontra a felicidade através do amor.

12 – 13

Muitos homens movidos pelo desconhecimento do que é o verdadeiro amor, acreditaram que o sofrimento extremo seria o caminho para a libertação de todos os males que afligem o ser humano. Eles, em um total ato de selvageria contra a natureza iniciaram atos de total selvageria: uns contra os outros. Acreditaram que o sacrifício da carne e do mundo material seria a fórmula de sua salvação. Eles abandonaram tudo de real valor por um falso sentimento de um amor antinatural: mas isto teve de ser assim mesmo. Isto tudo ocorreu pelo conhecimento da morte e de ideias errôneas sobre ela. Assim, e não de outra causa, o amor e a morte se tornaram nos fantasmas que assolavam o imaginário. Maldito ego! Maldito demônio que habita cada louco!

14 – 15

Por causa do demônio, o louco desenvolveu uma série de artes na tentativa de prolongar a sua existência. Ele desenvolveu drogas e poções que pudessem levá-lo ao conhecimento de alguma fuga daquilo que é inevitável. Criou quimeras e mitos que muitos acreditaram ser verdade. Disse conhecer uma fonte da juventude, mas que não sabia ao certo onde ela ficava, por isso que muitos foram os lugares na terra erguidos em nome desta fonte, no formato de templos. Sim. Agora a confusão estava definitivamente formada e o demônio era o senhor e guardião desta fonte da juventude, onde alguns disseram que lá haviam bebido, mas que não conseguiram ser aquilo que diziam ser.

16 – 17

Então as guerras dominaram a terra, pois aquele louco desejava conquistar as riquezas dos outros. Por causa disso, a vingança se tornou generalizada e geração após geração conheceu a destruição. Nações se voltaram contra nações; homens marcharam para a sua queda; casa foram queimadas até as cinzas; crianças foram marcadas pelo ferro das armas; e tudo se repetia incessantemente. Um dia nada mais restou e a terra ficou vazia, o silêncio da noite ocupou a terra e o louco teve de reconstruir tudo novamente. Ele usou a água e a argila para construir suas casas, e muitos morreram de frio.

18 – 19

Ele em sua solidão compreendeu que ele havia sido abandonado da ideia de deuses e demônios, e que estava em suas mãos a responsabilidade de seu destino. Finalmente, compreendeu que sua jornada contaria apenas com aqueles que porventura estivessem ao seu lado e isto lhe foi uma grande revelação. Sim. Ele atingiu a grande revelação de que o mundo e tudo nele eram seus companheiros, que não havia nada que estive ali para se opor a sua caminhada. Nem mesmo nele haveria algo que estivesse deliberadamente contra ele, e tudo aquilo que lhe havia sido roubado, pela sua ignorância, lhe foi devolvido.

20 – 21

Pode aquele louco vislumbrar a si mesmo e afastar dele todas as ilusões da diferença entre o alto e o baixo, entre o claro e o escuro... Ele mesmo pode se transmutar naquilo que ele sempre foi desde o princípio. Compreendeu que nele sempre estiveram as respostas para todas as verdades e que não adiantava querer conhecer algo sem estar preparado para suas respostas. Por isso ele sabia agora que não adiantou querer ou bater na porta da verdade, se as perguntas não eram feitas corretamente. Enfim, ele retornou alegre e definitivamente para aquele que sempre foi o seu lar e do qual nunca deixou de estar.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Alquimia e Tarot

É necessário dizer que, o estudo da Alquimia está intrinsecamente ligado ao estudo do Tarot sendo completamente impossível dissociar um do outro. Tendo acesso ao conhecimento oculto dos 78 Arcanos do Tarot é possível compreender todo o segredo que parece velado dentro dos textos alquímicos. Uma grande maioria das organizações alquímicas medievais e modernas possuíam no Tarot toda a sua estrutura de graus, pois a utilização do sistema cabalístico como estrutura é relativamente moderno. Seria correto dizer (sic) que o desenvolvimento da Alquimia seguiu o desenvolvimento do Tarot, absorvendo sempre quando era necessário o linguajar e a mitologia cristã. Por outro lado, a Alquimia emprestou ao Tarot uma boa parte da sua filosofia iniciática, onde podemos ver em muitos Arcanos as mais profundas referências alquímicas.  Portanto, temos nos Arcanos Maiores uma quantidade absurda de referências alquímicas, enquanto temos nos Arcanos Menores uma total dedicação ao estudo da Cabala. Assim, o alquimista poderia ver graficamente a sua filosofia e sua correlação com a Cabala. Tendo isto em mente é que Aleister Crowley resolve resgatar o estudo sério do Tarot, incluindo nele toda a Sabedoria do Liber AL vel Legis, onde temos referências importantes sobre Alquimia e, obviamente, sobre Cabala. Ele não o faz através do seu livro de Tarot, mas através da riqueza simbólica colocada nos Arcanos.

OS AMANTES

O arcano dos Amantes, nos primeiros Tarôs, representa o Cavaleiro que recebe a mão da filha do Rei em casamento, após algum feito extraordin...