Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.
Ainda
hoje me surpreendo em como que as pessoas subestimam o Taro,
relegando-o a simples jogos de adivinhação. O Taro é tão sublime
que se permite a qualquer ideia que se queira dar a ele. Porém,
quando mergulhamos em suas profundezas e nos deparamos com sua
estrutura [iniciática], vemos em nós a face divina. Os jogos, as
teorias psicanalíticas, as visões mitológicas, etc., são ideias
plausíveis, mas muito aquém para onde podemos ir com os arcanos.
Eu
poderia até dizer, plagiando Aleister Crowley, que pouco importa as
origens do Taro, mas vasculhar o seu passado é extremamente
instigante, mesmo que nunca possamos afirmar uma origem. Podemos
criar vários mitos, cada um mais fascinante que o outro, como contar
a história de Felisberto de Ferrara, o Louco.
Poderia,
ainda, falar sobre o grande anjo HRV que rege todos os jogos de Taro
e que deveria ser evocado a cada jogo, realmente importante. Mas por
detrás do nome TARO temos a fórmula de nosso Santo Anjo.
Entretanto,
para o cético racionalista e sem qualquer imaginação, o Taro é
uma grande e simples reunião de símbolos inconscientes da
humanidade, que foi inventado como uma mera diversão de cartas que
teria surgido na Atlântida, na antiga China, no Egito e se espalhado
pelo mundo pelos nômades ciganos e toda esta série de baboseiras
exotéricas (ou esquisotéricas). Há ainda aqueles que não aceitam
a inclusão da Cabala, da Alquimia, da Astrologia, da Magia (...) na
formação do Taro, apenas por não existir tais ideias nos primeiros
baralhos. Mas por que não incluir ideias ou ciências que nos ajudam
em sua compreensão? É compreensível a limitação de muitos
cartomantes nestas áreas, algo que não deve e não pode pertencer a
um verdadeiro tarólogo.
O
que sabemos de real, é que o Taro foi baseado nas virtudes e vícios
cristãs, e que por isto era utilizado dentro de alguns mosteiros
para ensinar a ética.
Amor é a lei, amor sob vontade.