segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

OS AMANTES

O arcano dos Amantes, nos primeiros Tarôs, representa o Cavaleiro que recebe a mão da filha do Rei em casamento, após algum feito extraordinário. Curiosamente, percebemos que o Cupido está apontando a flecha apenas para a donzela e isto nos mostra que ela é quem está apaixonada pelo seu herói, mas o mesmo parece não ocorrer com o Cavaleiro. O seu olhar cínico para nós, desvela o que ele realmente deseja. As donzelas sempre submissas, os Reis sempre preocupados com o futuro e os nobres sempre em busca de favores. 

Depois, mais tarde, temos no arcano um jovem que aparenta confusão entre duas mulheres, uma jovem e linda como ele, e uma Rainha portando a sua coroa. Enquanto isto, o Cupido mira a sua flecha entre os jovens, enquanto a jovem mulher parece mostrar algo da Rainha para o jovem mancebo. Há muito o que pensar desta cena e diversas histórias podem ser criadas.

Podemos pensar que o jovem Príncipe venha a se casar com a Rainha, estimulado pela Princesa, pois conhecendo o amor entre eles, terá a oportunidade no futuro de se tornar na Rainha. Ou a jovem, apenas, está mostrando que é este o jovem mancebo com quem quer se casar para, a sua mãe. Ou seja, diversas são as interpretações que, mais tarde, este arcano absorveu, com a evolução de suas imagens. 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

PENSAMENTO

Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.

    Ainda hoje me surpreendo em como que as pessoas subestimam o Taro, relegando-o a simples jogos de adivinhação. O Taro é tão sublime que se permite a qualquer ideia que se queira dar a ele. Porém, quando mergulhamos em suas profundezas e nos deparamos com sua estrutura [iniciática], vemos em nós a face divina. Os jogos, as teorias psicanalíticas, as visões mitológicas, etc., são ideias plausíveis, mas muito aquém para onde podemos ir com os arcanos.

    Eu poderia até dizer, plagiando Aleister Crowley, que pouco importa as origens do Taro, mas vasculhar o seu passado é extremamente instigante, mesmo que nunca possamos afirmar uma origem. Podemos criar vários mitos, cada um mais fascinante que o outro, como contar a história de Felisberto de Ferrara, o Louco.

    Poderia, ainda, falar sobre o grande anjo HRV que rege todos os jogos de Taro e que deveria ser evocado a cada jogo, realmente importante. Mas por detrás do nome TARO temos a fórmula de nosso Santo Anjo.

    Entretanto, para o cético racionalista e sem qualquer imaginação, o Taro é uma grande e simples reunião de símbolos inconscientes da humanidade, que foi inventado como uma mera diversão de cartas que teria surgido na Atlântida, na antiga China, no Egito e se espalhado pelo mundo pelos nômades ciganos e toda esta série de baboseiras exotéricas (ou esquisotéricas). Há ainda aqueles que não aceitam a inclusão da Cabala, da Alquimia, da Astrologia, da Magia (...) na formação do Taro, apenas por não existir tais ideias nos primeiros baralhos. Mas por que não incluir ideias ou ciências que nos ajudam em sua compreensão? É compreensível a limitação de muitos cartomantes nestas áreas, algo que não deve e não pode pertencer a um verdadeiro tarólogo.

    O que sabemos de real, é que o Taro foi baseado nas virtudes e vícios cristãs, e que por isto era utilizado dentro de alguns mosteiros para ensinar a ética.

Amor é a lei, amor sob vontade.

OS AMANTES

O arcano dos Amantes, nos primeiros Tarôs, representa o Cavaleiro que recebe a mão da filha do Rei em casamento, após algum feito extraordin...