segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Atu II - A Sacerdotisa



A Sacerdotisa é uma referência a Sophia (Sabedoria), aquela que "se senta junto a porta, na entrada da cidade". Ela é a grande conselheira, isto é, a imagem semelhante do Magus, aquela que o auxilia na Criação. É a governante superior sobre o universo visível e, ao mesmo tempo, a intermediária entre os reinos. Ela dá forma ao universo tal qual o percebemos. Ela é a "Mãe da Vida" e por ser o que é, os homens a expulsaram da vida, tal como o demiurgo fizera com Lilith. Sophia era conhecida como "A Libidinosa".

Sophia é a alma. Portanto, o ser humano é o princípio da Sabedoria, isto é, no ser humano reside a sabedoria divina. Sophia está para o gnosticismo, assim como Lilith está para a tradição judaica. É a manifestação dela que gera a matéria e a alma.

As sete luas diante dos olhos dela são as sete esferas planetárias (ou céus) que eram para os antigos as regiões mais altas do universo criado. Ela é representada por sete mundos ou pela estrela de Babalon.

Nossa Sacerdotisa, nossa Sophia, o ser humano em estado de Iluminação pela Sabedoria é aquele que recebe de Babalon, o Espírito, a L.V.X. proveniente de Ain Soph Aur ou N.O.X. Aqui temos a Iluminação dada por Babalon, a Porta, a Casa de Babel, que se ergue aos céus sem as confusões geradas por Choronzon (o Ego). Aqui, o Magister Templi adentra a sua casa na grande Cidade das Pirâmides, erguida por ele há muitas gerações. Que ela seja a nossa Prostituta. Que nós sejamos a tua Prostituta. Erguida e abençoada pelo Círculo das Estrelas e que os sete escorpiões sejam seus protetores por toda a eternidade.

Assim sendo, ela é aquela Estrela que se projeta na direção da terra na forma de uma pomba. É ela a Filha do Equilíbrio e aquela que segue por aquele caminho invertido, onde as pessoas invertem os seus ensinamentos. Sim. A Sabedoria não é exclusividade de poucos, mas poucos são aqueles que conseguem enxergar de onde emana a Sabedoria. A Sabedoria deve ser apreendida com a frieza dos quatro.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Atu V – O Hierofante

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Todos estão aos pés dele; ele que tem o direito divino de vida e morte sobre todos. A estrutura de seu poder foi criada para por aos seus pés o controle sobre as sociedades. Ele sempre com face sorridente e sem qualquer virtude prega a dor e o pecado, oprime seus seguidores através do medo, da mesma maneira que é oprimido por Aqueles que estão acima dele. Ele expressa aquilo que todos gostariam de ouvir, pois a palavra que o rege é: congregação. Ele une ou congrega os fracos de vontade e lhes indica um caminho, o caminho dele.
Ele se esconde em uma face de bondade e de “sabedoria”. Esconde-se na postura do santo guru e do sábio mestre, e todos o escutam, o seguem e o defendem de qualquer acusação. Quem segue o Hierofante é porque ainda não sabe realmente o que quer. Sua “verdade” gera morte, conflitos, retrocessos sociais e culturais. Ele faz com que todos acreditem em suas mentiras, fruto de alguma experiência mística que ele transforma em uma “verdade coletiva”.
O Hierofante não necessita ser um iniciado, basta fingir o suficiente para que todos acreditem que ali está um homem santo.
É compreensível que o Hierofante seja o magista, pois ele começa movido por uma completa incapacidade de observar a si mesmo. Esta ilusão se refletirá no final de sua caminhada, onde ele confundirá a fortuna com o poder sobre as pessoas e no acúmulo de coisas materiais. Mas o pior se encontra na total impossibilidade de evoluir nesta existência, o medo diante a diferença e na total incapacidade de realizar mudanças de acordo com a vontade. O Hierofante é um estúpido diante da Natureza, um reles trapaceiro diante o Universo, que ele se recusa a entender e a fazer parte.

OS AMANTES

O arcano dos Amantes, nos primeiros Tarôs, representa o Cavaleiro que recebe a mão da filha do Rei em casamento, após algum feito extraordin...