quinta-feira, 24 de março de 2011

O que é o Tarot?

Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei.

O Tarot é um conjunto de 78 cartas dividido em Arcanos Maiores (22 Atus) e Arcanos Menores (56 Atus). Os Arcanos Maiores são divididos em duas categorias: os Personagens e os Caminhos. Os Personagens podem ser estudados individualmente ou em pares, preferivelmente. Os Caminhos são divididos em duas categorias distintas, mas relativamente similares, onde nos mostram o Caminho realizado pelo homem comum e o Caminho realizado pelos Iniciados. Os Arcanos Menores são divididos entre os Arcanos Menores (40 Atus), propriamente dito, e pelas Cartas Magnas, ou Cartas da Corte, ou Famílias (16 Atus).

O Tarot é um dos métodos divinatórios mais conhecidos no mundo ocidental ao longo dos séculos, cujo objetivo principal não é a advinhação do futuro, mas o de auxiliar o ser humano na direção mais fácil e natural na resolução de seus problemas afetivos, espirituais, de saúde, financeiro, profissional, etc. No entanto, este é apenas o seu lado superficial, exotérico. O Tarot é talvez o mais famoso e com certeza o mais elaborado dos Livros Mudos, ao lado do: Liber Solis, Mutus Liber, etc. É a representação simbólica e arquetípica de todo o processo de vida que o homem comum e os Iniciados terão de passar, com suas provas, suas condições mentais, caminhos, dificuldades…

Estas cartas não vieram trazidas do oriente pelos ciganos, com certeza, e nem se tem provas sustentáveis de que foram desenvolvidas no antigo Egito. O que sabemos com certeza, é que o Tarot, assim como a Cabala, seguiu um processo próprio de evolução ao longo dos séculos. Muitas escolas de mistério auxiliaram no seu desenvolvimento, refinando-o com novos símbolos à medida que se tornava necessário. A Hermetic Order of the Golden Dawn é um exemplo. O Tarot sem sombra de dúvida é um “produto” exclusivamente ocidental, feito para o homem ocidental.

O Tarot de Thoth, erroneamente chamado por Tarot do Crowley, foi desenvolvido basicamente para incorporar as novas teorias e práticas da Magia(k) e para representar graficamente as novas condutas do Æon de Aquarius-Leo, baseado nos ensinamentos e nas Fórmulas expostas no Líber AL vel Legis. Algumas correções e melhorias foram introduzidas para manter viva a Tradição do Tarot e para poder acompanhar a evolução da psique humana. Como o próprio Liber AL vel Legis expõe, correções são necessárias para que o Seu Livro esteja sempre capaz de acompanhar a evolução humana.

Thoth era o neter (Princípio, Essência) que simbolizava no antigo Egito a Sabedoria oculta em cada homem, daí ele ser considerado uma “divindade” lunar. Ao contrário do que muitos acreditam, na mais remota antiguidade, a Lua era masculina, pelo simples fato do homem não ser gerador da vida, mas um simples reflexo. O homem (macho) era a representação das energias adormecidas na natureza, que tinham de ser despertadas. Portanto, o Sol era feminino, pois a vida, a manifestação, emana da mulher. Thoth era a Sabedoria latente no ser humano. Sabedoria esta que era irradiada pelo Sol Oculto (Amen Ra / Hoor-paar-kraat), o Andrógino primordial, a primeira Manifestação do Nada, que em Thelema chamamos de Nuit (Noite). A Lua que Thoth trás em sua coroa (Kether) é a Noite.

O Tarot de Thoth, por sua vez, possui como diferencial uma observação simples e direta do problema, e indica uma resolução de tais problemas, não se apegando a questões de moralidade. Não sendo apenas um dos mais belos Tarots já desenvolvidos, é o mais completo de todos à nível de simbologia e de mitologia, tendo sido desenhado pela artista plástica Frida Harris entre os anos de 1938 e.v. e 1943 e.v. O Tarot é o casamento mais perfeito entre a Cabala e a Alquimia, é a síntese mais brilhante destas duas Artes divinas que a civilização ocidental já possuiu; é na verdade um sistema visual interno de evolução espiritual e não um simples sistema adivinhatório.

Enfim, o Tarot é muito mais amplo do que um simples jogo de adivinhação e de previsão, serve como um mapa para todo homem e mulher que almeja trilhar o Caminho de retorno ao Lar. Quem estuda à fundo o Tarot percebe que ele é, primordialmente, um Livro Inspirado, mas que ao longo dos séculos foi decodificado por uma vasta gama de Iniciados, que também deixaram nele as suas contribuições. Contribuições não apenas no campo da Iniciação, mas também uma visão crítica do seu tempo e muitas vezes com um profundo censo de humor, catacterístico. O baralho de Tarot não tem nada de místico e nem precisa ser idolatrado, uma vez que não passa de um simples papel cartão desenhado, mas é impossível não olharmos o Tarot de Thoth e nos maravilharmos com sua riqueza.

Amor é a lei, amor sob vontade.

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